sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Samsung Galaxy Note: Meio tablet, meio smartphone


Inaugurando um novo segmento no setor de mobilidade mundial, o Samsung Galaxy Note chegou ao mercado com um título até então desconhecido: "tabletphone". Havia quem duvidasse do sucesso de suas grandes 5.3 polegadas, mas a fabricante sul-coreana já provou que sua aposta foi certeira: 1 milhão de unidades vendidas antes de fechar o ano de 2011.
Sua publicidade instiga o consumidor. "Tablet ou smartphone?", perguntam. Criado como meio termo entre os dois, a Samsung conseguiu oferecer um bom smartphone com capacidades de tablet 'ultraportátil' em mesmo eletrônico. E o futuro promete mais: o Galaxy Note receberá a mais nova versão do Android, também conhecida como "Ice Cream Sandwich" (saiba mais aqui).
Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)
Tela
É impossível não começar o review do Galaxy Note por sua principal característica: a tela Super AMOLED capacitiva de 5.3 polegadas com tecnologia Gorilla Glass. Exagerada para um smartphone, pequena para um tablet, mas ainda assim confortável de se operar.

Graças à boa resolução desta tela, de 800 x 1280, a visualização e a navegação, bem como os widgets, ícones, menus e fontes, não dão a impressão de que foram esticados, como parecia no Galaxy Tab de 7 polegadas (com tela maior e resolução de 600 x 1024). A densidade do display também é a melhor que a Samsung já lançou até hoje, com 285 pixels por polegada - maior que a do Galaxy S II, com 217 ppi, e todos os seus tablets, com menos de 200 ppi.

Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)

A experiência de uso nesta tela de 5.3 polegadas é muito confortável e prazerosa, seja qual for a tarefa que você decidir desempenhar no Note. Ao ver vídeos, jogar games do Android Market ou editar planilhas e documentos, o tamanho da tela fornece um bom espaço para se usar as mãos, operando o sistema, sem fazê-las tapar a tela.
A visualização e o brilho da tela também são muito bons, bem como o sensor de luminosidade. Não haverá problemas ao encostar o telefone proximo à orelha, temendo que você digite algo na tela. Você também não sentirá dificuldades para enxergar os itens da tela durante um dia bem ensolarado, nem terá um smartphone extremamente brilhante quando estiver em um ambiente mais escuro. Nesse ponto, a tela é muito bem balanceada e cumpre sua função com louvor.
Design
A tela ocupa toda a superfície frontal do Galaxy Note. Há também o botão Home, na parte inferior; e o altofalante para escutas na parte superior, próximo ao logo da Samsung e ao sensor de luminosidade e à câmera de videochamadas de 2 megapixels.
Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)
Na lateral esquerda, há apenas os botões de volume; enquanto na lateral direita você encontra apenas o botão para bloqueio e desbloqueio da tela. Em cima, a entrada do fone de ouvido é discreta e é posicionada um pouco à direita, tendo como referência o centro do aparelho. Embaixo, centralizado, a única porta de conexão proprietária para carregar e fazer outras comunicações com o telefone divide espaço, à direita, com a entrada que esconde a S-Pen, a stylus do Galaxy Note.
Sua espessura é bem pequena, de apenas 9.7mm, e seu peso é bem confortável, com 178 gramas. Um detalhe que vale ressaltar é que apesar deste peso - até maior que a do Milestone, com 169 gramas -, sua interface maior distribui as forças como um todo, não concentrando-a, o que traz uma melhor sensação de leveza.
Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)
Uso
No dia-a-dia é difícil esquecer sua presença. No bolso, volta e meia o 'tabletphone' parecia fugir do bolso, revelando-se por cima. O volume feito na calça não é tão chamativo para um olhar desatento, mas ainda assim chama a atenção dado o formato retangular chapado formado em uma de suas pernas. Em um bolso de paletó ou dentro de uma bolsa, talvez, fique mais discreto.
Nas mãos, nem nas maiores o Galaxy Note consegue ser abraçado por completo. Se você tiver um corpo com proporções normais ou pequenas, a ponta dos dedos apenas ajudará a equilibrar o aparelho como um todo, mas será impossível abraçá-lo. Isso não o impede de realizar um telefonema, por exemplo, mantendo os atalhos de discagem na parte debaixo para operar com apenas uma mão. Navegar, jogar ou consultar e-mails, no entanto, exigirá que você use a outra mão, sem dúvida nenhuma.
Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)
Falando nisso, durante os dias de teste notei que apesar de o menu e da tela inicial não oferecerem uma navegação no modo horizontal, esta é a maneira mais confortável de se usar o Galaxy Note. De lado (deitado), você acomoda as duas mãos nas extremidades do telefone com bastante conforto, o que é uma ótima pedida para navegar na internet e usar aplicativos de redes sociais e e-mail. Mas o principal indício de que esta é a melhor posição é o seu teclado virtual: é simplesmente perfeito digitar nesta tela de 5.3 polegadas com as duas mãos. Só pegando em um a mão para notar este conforto.
Por outro lado, se o Galaxy Note se mostra perfeito para digitar, ele parece não ter sido feito para falar - e é nessa hora que ele realmente chama a atenção de outros. Por ser demasiadamente grande, o tabletphone dá a mesma sensação visual que se tem ao ver uma criança pequena falando no telefone. E se ao ver uma criança já se tem a sensação de estranheza, ver em um adulto na rua com um desses, então, deixa qualquer um perplexo.
Ainda sobre a questão da atenção que os outros dão ao aparelho, não recomendamos que você opte por ele se você costuma usar transportes públicos e/ou frequenta locais muito movimentados, como ruas de grandes centros e shoppings famosos. O Galaxy Note, hoje, parece ter sido feito apenas para o público que usava Palm há 10 anos.
Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)
Performance
O processador é quase o mesmo do Galaxy S II, vencendo apenas pela frequencia de operação: trata-se de um Exynos dual-core de 1.4 Ghz ARM Cortex-A9 (1.2 GHz no S II). Teoricamente parece pouca a diferença, mas os testes comparativos revelam uma performance surpreendente.
No Quadrant, o Galaxy Note registrou 3.493. No Neocore, o teste gráfico da Qualcomm, ele registrou capacidade de rodar gráficos a 52.3 FPS (o iPhone 4S e o Galaxy S II conseguem chegar a 60 FPS). No Smartbench 2012, ele conseguiu registrar 3.149 pontos em Produtividade (Galaxy S II com 2.763; Motorola RAZR 2.514), e 1.411 em Games (S II com 1.722; RAZR com 2.637).
No geral, você não terá problemas nenhum com o Galaxy Note. Durante os testes, nenhum aplicativo travou por falta de processamento. O Android nele roda leve e com fluidez, muito bem, e certamente você até achará o sistema até leve (para quem já testou vários outros sistemas e aparelhos, sabe que o Android não é lá muito leve). As transições são boas, as respostas são muito bem precisas, e você nem sequer notará erros ou delay nos comandos ao tocar sua tela capacitiva.
Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)
S-Pen
Este pequeno/grande atrativo do Galaxy Note é um luxo, e em poucas ocasiões você optará por usá-lo. Ainda assim, ele será um grande aliado seu - e antes que alguns brinquem com a célebre menção de Steve Jobs durante a apresentação de seu primeiro iPhone, dizendo que Deus nos deus cinco caneta Stylus, em referência aos nossos dedos; não, essa pequena caneta da Samsung não está aí à tôa.
O S Memo, aplicativo exclusivo deste aparelho para anotações com a caneta, é uma ótima ferramenta para anotações rápidas - mesmo que a sua letra fique um garrancho. Além disso, operar o editor de vídeos, planilhas ou documentos com a S Pen tem lá o seu valor, e realmente traz mais agilidade quando você estiver manuseando arquivos com grandes volumes de dados.
Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)Samsung Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)
O modo de escrita, alternativo ao teclado QWERT virtual ou ao Swype, reconhece a escrita cursiva, e quando acostumado com seus métodos ele realmente te faz pensar em não levar mais cadernos ou notebooks às salas de aula ou reuniões. O motivo é simples: você pode escrever, desenhar e colorir, e no final compartilhar o trabalho por e-mail, Facebook, Picasa, Google Docs, Twitter, Skype, etc.
Seu único porém fica para o resultado da detecção de escrita. A interface é precisa, e por falta de costume em escrever em superfícies extremamente sólidas (não tão macias quanto a folha de um papel), é comum que o resultado seja um garrancho - mesmo que você escreva bem. Nesse ponto faltou talvez um pequeno corretor gráfico, daqueles comuns em aplicativos vetoriais, harmonizando as curvas. Mas isso é um fato meramente estético e, quem sabe, por falta de costume mesmo.
Câmera
Sua câmera produz um ótimo resultado com suas fotos de 8 megapixels e filmes em HD. No geral, os resultados são excelentes para um tablet/smartphone. Seu desempenho não chega a ser top de linha como em um iPhone 4S ou em um Nokia N8, mas o sensor é ótimo e traz poucas granulações. O autofoco funciona muito bem, e pode ser ajustado com o toque na tela. O flash também cumpre muito bem o seu papel.
Foto tirada durante os testes com o Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)Foto tirada durante os testes com o Galaxy Note (
Foto tirada durante os testes com o Galaxy Note (Foto: Allan Melo/TechTudo)Foto tirada durante os testes com o Galaxy Note 
Áudio
Sua reprodução de músicas e efeitos sonoros é boa, sem distorções ou frequências altas dissonantes. No entanto, seu desempenho não passa disso. A intensidade parece ser limitada, voltada mais para o uso moderado. Não espere ter o melhor player musical do momento. Nesse ponto, o Galaxy Note apenas cumpre razoavelmente bem essa tarefa.
Bateria
Com uso intenso, a bateria do Galaxy Note durou o dia inteiro sem reclamar de falta de energia. Neste quesito, realmente, este tabletphone merece grande destaque. A questão é óbvia: com uma tela muito maior, seria mais do que necessário uma bateria melhor. A solução, no entanto, foi que a Samsung colocou uma bateria muito melhor. O valor "2.500 mAh" expressa bem essa sua autonomia (para efeitos comparativos, o Galaxy S II tem 1.650 mAh). Resultado em ficha técnica: 13 horas e meia em conversação ou 820 horas em standby (ambos no 3G). Na prática, é boa e você mal vai se preocupar com ela.

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